É coisa de ator, sabe? Se esconder em máscaras, persona atrás de persona, dissimular, enganar, verter lágrimas quando o choro é esperado (mesmo que não sinta dor alguma), rir em excesso só para causar ataques de riso alheios e se alimentar da sonoridade deles.
É coisa de cineasta franzir a testa e olhar para o infinito, em ato de quem desvenda os mais profundos mistérios existenciais e chega ao limite da eternidade, quando na verdade pensa "droga, esqueci a roupa no varal".
É coisa de Publicitário dar cores para pessoas, nomes para calçadas, olhar todas as coisas do mundo e repensá-las sempre com um "what if...?".
É coisa de maluco/poeta/dançarino/escalafobético correr pelado na rotatória, roubar sapo de jardim e deixar bilhete de resgate. Fazer o circo pegar fogo só pra assar o marshmello. É coisa de pelado roubar rotatória escalafobética e deixar poeta de jardim.
É coisa de piá mijar o nome na parede da freira/diretora; tentar descarrilhar o trem e depois chorar da possibilidade disso ter acontecido, matar o tempo matando vampiros e kobolds.
É coisa de nada deitar no meio da rua e esquecer dos carros.
É coisa de imortal descer a curva do diabo, na hora do rush, sem freios, com os pneus carecas e com um amigo histérico na garupa.
É coisa de Indiana Jones encher o porão de lava, não ter nenhuma calça isenta de buracos e colaborar com a troca de dentes da irmazinha.
É coisa de viajante intergalático em um universo paralelo procurar em cada livro seu passado, em cada filme seu futuro e em cada canção seu presente.
Coisa de perdido buscar em cada beijo o primeiro e o último.
É coisa de apaixonado dançar no chafariz, girar até cair, testar todos os colchões da loja de colchões, bater o carro todo dia.
É coisa de masoquista amar, e escrever é coisa de quem ama.
É coisa de "Pssoa" com Psi, sabe?
Tem certeza que sim?