ou,
tudo se resume a...
Falha estátua da lei
Fal ...a ......tua .....lei.
F .l ...a ......tu .......lei.
ou,
tudo se resume a...
Falha estátua da lei
Fal ...a ......tua .....lei.
F .l ...a ......tu .......lei.
Voz de anjo,
Sorriso de anjo,
Pele de anjo,
Ah, se nunca antes tivesse sido tentado,
Nem de leve desconfiaria
Que és um diabo disfarçado.
Caro ouvinte, ouvante, ouvário. É triste ter que te informar a morte do maior poeta desconhecido de Curitiba: Trapo, o marginal drogado, o romântico grosseiro, o amante e assassino da poesia. Tanto tentou matá-la que acabou morto por ela. Ta lá, no chão de um pensionato sujo, todo ensangüentado. O desgraçado tinha que ser tão dramático e dar um tiro na cara?! Pensando bem, em se tratando do Trapo, não foi tão dramático assim. Sei lá se foi ele mesmo que deu o tiro. Talvez tenha sido sua infância odiosa, o desprezo de seu pai, ou seu impossível amor por Rosana. Será que não tava tentando passar um recado? Tipo, ele sendo um poeta... querendo matar a poesia... se matando... Nah! Não era nenhum idiota caprichoso pra dar um recado tão podre assim. Dizem que tem alguma coisa a ver com os gregos. Quem disse isso? Um tal de Cristóvão Tezza. Ah! e o professor Manuel também. Esse eu boto a mão no fogo que matou a charada. E eu que não dava nada pra ele. Mas sei lá, não interessa como morreu né? Só sei que enquanto tava vivo, ele era muito foda.
Em uma planície avermelhada e rachada, onde só o azul irritante do céu domina autoritário, negando a presença de qualquer nuvem de esperança, as únicas sombras que se formam são cinco silhuetas tortas. Elas pertencem a Fabiano, o rústico chefe da família, sinhá Vitória, sua esposa, e os dois meninos, seguindo logo atrás deles a fiel cachorra baleia. Essa família de retirantes em busca de sobrevivência, é vítima da terrível crueldade poética do autor Graciliano Ramos, que nessa obra se supera. Durante essa expressão da miséria humana ele não concedendo nenhuma piedade aos personagens, transformando-os numa extensão do cenário, e outras vezes, confundindo-os com animais. Aliás, a personagem com maior humanidade parece ser a cachorra, tendo um capítulo inteiro dedicado a ela, a única que recebe a simpatia do autor e é sacrificada, cortada de seu sofrimento. Fabiano e sua família seguem com suas Vidas Secas, sendo atormentados, mais que pelo calor, pela falta de esperança que faz evaporar seus sonhos.
Em um velório aparecem três bêbados... Pronto. É material perfeito para uma piada! Ou para um livro. É o que Jorge amado faz em “A morte e a morte de Quincas Berro d’água”. Nesse livro encontramos o personagem mais “vivo” (em termos) e malandro possível. Conta a história que Quincas era um pai de família respeitado com um trabalho estável e... em outras palavras: a vida era um saco. Decidiu há algum tempo largar tudo e todos que estavam atravancando seu caminho e virar passarinho, aliás, passarinho não, que passarinho não bebe alguns tipos de água, não é mesmo? Um dia bateu as botas, duas vezes! A primeira de uma forma tranqüila em seu quarto, a segunda afogado no mar, após ter saído de seu caixão e, surpreendentemente, passeado com os companheiros de cachaça pelas ruas de Salvador. De qualquer forma foi uma grande perda para nós. Aliás, o que seria de nós sem esses poetas, cantores e palhaços em transe? Com certeza o mundo perderia parte de seu brilho, se bem que também perderia parte do cheiro, mas deixa isso pra lá. Ei, já te contei aquela do bêbado e a freira?...
Quem nunca teve uma desilusão amorosa? Que o tenha feito querer desistir de uma vez dessa besteira de amor, de todos esses “trabalhos de amor perdidos”? Esse é o título da peça de Shakespeare, na qual um rei e três de seus nobres fazem votos de se dedicarem, durante três anos, somente aos estudos, negando-se também aos prazeres e futilidades. A chegada de uma princesa com suas cortesãs e, junto com elas, aquele inconveniente menino arqueiro e míope, força os quatro amigos a trocarem esses votos por um melhor. Eles são instigados pelo rei e seu grito de guerra: “Por São Cupido! Soldados, à batalha!”. Começam então o trabalho da conquista. Um acontecimento trágico acaba por separá-los, tornando seus trabalhos de amor perdidos. Mas a única perda real no amor é quando por medo, ou timidez, ele nunca acontece. É o que defende Byron (o nobre mais a favor de quebrar os votos), quando fala dos que ficam só na teoria: “Os padrinhos terrestres da luz pura, que aos astros sabem dar nomes em messe, não tem nas belas noites mais ventura, do que o pastor que a todos desconhece”.
para Wendy
Não é amigo nem cupido,
Filo, Eros ou Platão.
Classe, gênero desconhecido,
Estranho amor de nossa união.
Sou menino na terra do nunca, sobrevoando,
Te buscando.
Estatua formosa, os pés na terra, coração no mar.
Presente roubado, gnomo guardado em teus sonhos passeando,
Volta e meia convidando:
“doce menina esquecida vem comigo voar”.
Tomaremos sorvete nas nuvens
Norte ou sul? Não importa em qual polar.
“tens que ir embora logo”.
(teu fantasma vem chegando)
Purificar águas turvas com fogo
Até quando vais tentar?
Menina louca, pés na terra!
Ou coração no mar.
Dizem que você nunca estará só se tiver um poeta em seu bolso. Quintana de bolso cumpre muito bem essa função, com uma bela coletânea de poemas cheios de ternura pela vida, escritos por um poeta despreocupado com a crítica, que fazia poesia somente porque sentia necessidade. Descrito uma vez por Erico Veríssimo como um anjo disfarçado de homem (que às vezes, quando se descuidava ao vestir o casaco, suas asas ficavam de fora) Mario Quintana, Poeta das coisas simples, tem uma maneira de pintar com palavras, o cenário do mundo e seus pequenos detalhes esquecidos, nos trazendo a sensação de que na verdade não estamos lendo poemas de outro, mas sim recordando os nossos próprios poemas que ainda não escrevemos. Tornando verdade o que ele disse sobre idéias:
"Qualquer idéia que te agrade
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro em ti se achava inteiramente nua...".
O melhor que temos a fazer é ouvir o convite à viagem, ao mundo da poesia, feita por esse grande homem que nos deixou em viagem a poucos anos.
Nunca fuja da chuva
Deixe que ela toque tua face,
te abrace.
Ela é o ato desesperado de quem ama e tem saudade.
Evapora e transforma-se.
Para assim tocar-te,
beijar-te
por toda parte
que se ande.
Até que a saudade passe.
↓ ↓
Forçou ---------------------- a amizade
Quebrou -------------------- a cara
Fugiu------------------------ da raia
Correu ---------------------- pro abraço
Tropeçou ------------------- nas palavras
Caiu ------------------------ em contradição
Torceu --------------------- o nariz
Feriu ----------------------- os sentimentos
Curou ----------------------- a ressaca
Andou ----------------------- meio desligado
Pintou ----------------------- sujeira
Comprou -------------------- briga
Enrolou --------------------- o assunto
Puxou ----------------------- conversa
Viajou ----------------------- na maionese
Encontrou ------------------- sarna pra se coçar
Forçou ---------------------- a barra
Abriu ----------------------- o jogo
Entrou ---------------------- no esquema
Roubou ---------------------- um beijo
Viajou ----------------------- na batatinha
Correu ----------------------- perigo
Bailou ------------------------ na curva
Bateu ------------------------ em retirada
Queimou -------------------- o filme
Correu ----------------------- contra o tempo
Encontrou -------------------- Jesus
Assaltou ---------------------- a geladeira
Chutou ----------------------- o balde
Furou ------------------------ o sinal
Matou ------------------------ a charada
Enterrou ---------------------- o assunto
Sujou! ------------------------- as calças
Apareceu ---------------------- a Aparecida
Os cana. ----------------------- de açúcar
Fez, --------------------------- a caveira
Pagou. ------------------------- o pato
...
Forçou ------------------------ a amizade
Quebrou ---------------------- a cara
Fugiu... ----------------------- do raciocínio.